Há
quem defenda que não há identidade entre Lula e Dilma. Uns, por julgarem Lula um
pilantra, sendo que Dilma seria uma santa e, outros, por acharem que é
exatamente o contrário: Lula seria um líder visionário e Dilma uma
burocrata meio cafona. É um assunto triste, que não interessa a ninguém fora do
círculo dos áulicos de sempre, os partidários de carteirinha, os desejosos de
cargos e funções.
Agora,
dois acontecimentos recentes me fazem temer que entre Dilma e Lula exista uma
verdadeira identidade genética, uma simbiose perfeita.
O
primeiro caso é a nomeação em tempo recorde do novo ministro para o STF, na
vaga aberta com a aposentadoria de Cezar Peluso. Estamos todos aguardando a que
virá esse novo ministro - Teori Zavascki – e que apito tocará. Poderá não
assumir a tempo de julgar o mensalão, poderá se declarar impedido para julgar e
poderá se mostrar muito interessado e “pedirá vistas” (oh, expressãozinha medonha!)
do processo. Nesse caso, temo que o ministro Joaquim Barbosa gritará “Shazam!”
e partirá para uma arrumação na casa à maneira do Capitão Marvel.
O
outro sinal de igualdade no DNA de Lula e Dilma, se manifesta nesse episódio da
saída do ministro Sepúlveda Pertence da Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Pois o
ministro estava, como se diz dos técnicos de futebol, sendo fritado pela
presidente e acabou sem quórum – ou seja, esvaziaram a sua Comissão, que tem o elevadíssimo
propósito de administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta Administração
Federal.
Pois é nesses golpes baixos, nessas
malandragens óbvias de origem sindicalista e comuns nas lutas entre facções da
esquerda – muito semelhantes às práticas da direita - que se movem Lula e Dilma
e seus respectivos DNAs. Como os dois indicados por Pertence desagradaram Dilma
– um votou no caso Carlos Luppi, que renunciou ao ministério do trabalho – e outro
foi relator do caso Palocci e estava bisbilhotando o Fernando Pimentel,
ministro da Indústria e Comércio, Dilma não os reconduziu.
Foi assim que Sepúlveda ficou a ver pertences.
Sua habilidade, meu caro, em usar palavras não amargas (nem pessimistas, nem niilistas, nem deterministas) pra falar de coisas ásperas é tão grande que a gente até fica gostando de ler assuntos como esse... Chegaram mesmo a motivar uns dois minutos de diálogo a respeito...
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