terça-feira, 25 de setembro de 2012

Sepúlveda ficou a ver pertences Ou: O DNA de Lula e Dilma



Há quem defenda que não há identidade entre Lula e Dilma. Uns, por julgarem Lula um pilantra, sendo que Dilma seria uma santa e, outros, por acharem que é exatamente o contrário: Lula seria um líder visionário e Dilma uma burocrata meio cafona. É um assunto triste, que não interessa a ninguém fora do círculo dos áulicos de sempre, os partidários de carteirinha, os desejosos de cargos e funções.
Agora, dois acontecimentos recentes me fazem temer que entre Dilma e Lula exista uma verdadeira identidade genética, uma simbiose perfeita.
O primeiro caso é a nomeação em tempo recorde do novo ministro para o STF, na vaga aberta com a aposentadoria de Cezar Peluso. Estamos todos aguardando a que virá esse novo ministro - Teori Zavascki – e que apito tocará. Poderá não assumir a tempo de julgar o mensalão, poderá se declarar impedido para julgar e poderá se mostrar muito interessado e “pedirá vistas” (oh, expressãozinha medonha!) do processo. Nesse caso, temo que o ministro Joaquim Barbosa gritará “Shazam!” e partirá para uma arrumação na casa à maneira do Capitão Marvel.
O outro sinal de igualdade no DNA de Lula e Dilma, se manifesta nesse episódio da saída do ministro Sepúlveda Pertence da Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Pois o ministro estava, como se diz dos técnicos de futebol, sendo fritado pela presidente e acabou sem quórum – ou seja, esvaziaram a sua Comissão, que tem o elevadíssimo propósito de administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta Administração Federal.
Pois é nesses golpes baixos, nessas malandragens óbvias de origem sindicalista e comuns nas lutas entre facções da esquerda – muito semelhantes às práticas da direita - que se movem Lula e Dilma e seus respectivos DNAs. Como os dois indicados por Pertence desagradaram Dilma – um votou no caso Carlos Luppi, que renunciou ao ministério do trabalho – e outro foi relator do caso Palocci e estava bisbilhotando o Fernando Pimentel, ministro da Indústria e Comércio, Dilma não os reconduziu.
Foi assim que Sepúlveda ficou a ver pertences.


Um comentário:

  1. Sua habilidade, meu caro, em usar palavras não amargas (nem pessimistas, nem niilistas, nem deterministas) pra falar de coisas ásperas é tão grande que a gente até fica gostando de ler assuntos como esse... Chegaram mesmo a motivar uns dois minutos de diálogo a respeito...

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