Vira e mexe tenho
postado aqui alguma nota a respeito do jornal O Trem Itabirano, editado na mítica Itabira do poeta Carlos –
pátria amada de todos nós. Não faço isso com mais frequência para não parecer
aporrinhação ou assédio de fanzoca. Editado pelo jornalista Marcos Caldeira
Mendonça, o jornal é daqueles que ronca o pau com acerto e galhardia.
Mas nesse número de
setembro (é o 132) do jornal há uma matéria que não posso deixar passar. Trata-se
de mais um texto desabusado do Fernando Jorge, escritor e jornalista conhecido,
que dessa vez desanca uma das maiores picaretagens “culturais” do Brasil, a tal
Flip, que o Fernando Jorge chama de Febeapá
II, Festival de Besteira que Assola Paraty, homenageando o saudoso
Stanislaw Ponte Preta.
Os leitores talvez se
assustem, pois o jornalismo brasileiro corrente – sempre acorrentado a alguma
coisa... – vive tecendo loas a eventos “culturais”, anunciando que livros em
feiras formam novos leitores (ora, ora, o número de leitores de livros no
Brasil despenca ano a ano), além de espetáculos explícitos de puxa-saquismo de
editoras patrocinadoras, de jornalistas “culturais” que passam por críticos
literários, de “escritores” e “escritoras” mais ou menos histéricos que dão
pequenos shows a céu aberto etc. Toda essa gente, muito topetuda e oportunista
coloca a Flip nas nuvens de olho num possível convite para a feira seguinte. O
mundo literário é movido a benesses, quitutes e balangandãs, como se sabe.
Só para aperitivo. Fernando
Jorge brinda assim algumas das estrelas da Flip. “Kenneth Maxwell, por exemplo,
vomitou asneiras” sobre a independência do Brasil. Já “o insuportável ianque
Benjamin Moser, autor de uma indigesta biografia de Clarice Lispector” deveria
ter seu livro vendido como sonífero. Como Fernando Jorge escreveu um livro
sobre Santos Dumont, não deixou passar incólume a patetice de atribuir ao
inventor a homossexualidade. Nada disso, diz Fernando Jorge: e arrola as várias
beldades que foram objeto da paixão de Santos Dumont, que não sentia tesão
apenas por voar.
Sugiro que os prezados
leitores desse blog leiam O Trem
Itabirano deste mês, em especial a matéria sobre a tal Flip. Se não lerem O Trem, ficarão imaginando que os jornalistas
e jornaleiros que hoje “divulgam cultura” no Brasil são moços e moças sabidos e
bem informados que passam notícias honestas.
Mas poderão ler também uma
matéria sobre Jaguar, outra sobre Drummond, outra sobre Guimarães Rosa, além de
várias matérias e notas apetitosas. Basta escreverem para o endereço otremitabirano@yahoo.com.br e
receberão a edição digital do jornal em seu computador. O Trem Itabirano chega rente feito pão quente.
Trata-se de uma
diversão única, tal como sempre foi viajar de trem.
Boa tarde,
ResponderExcluirGostei muito do texto e gostaria de enviar meu material para você, qual o seu endereço com CEP??
Muito obrigado
Fernando Jorge