terça-feira, 8 de março de 2011

Como sempre, a Mangueira é a campeã


A música popular brasileira é rica em exemplos de duplas imbatíveis. Músicos e poetas que nasceram um para o outro. Tom e Vinícius. João Bosco e Aldir Blanc. Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Como é natural, o nome de um deles lembra de imediato o nome do parceiro.
Há um caso, porém, em que me parece haver certa injustiça. Trata-se da parceria que existiu entre Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito. Nelson, com sua figura ímpar, sua voz de cerveja estupidamente gelada, seu jeito único de segurar e tocar o violão, sem falar no folclore que cerca sua vida, é merecidamente reconhecido e louvado.
Mas Guilherme de Brito, que não fica atrás de Nelson em genialidade, sendo autor de alguns versos que se encontram entre os mais belos da língua portuguesa, talvez por sua timidez, sua aparência banal, meio sisudo e triste e introvertido, nem sempre é lembrado como merece. No entanto, tem o mesmo porte de Nelson.
É nisso que pensei após assistir o desfile da Mangueira, que homenageou Nelson Cavaquinho. Guilherme de Brito não foi esquecido, mas, como sempre, ficou na sombra. Merecia destaque maior. Foi um grande músico e um poeta refinado.
Seja como for, isso não é uma crítica ao desfile da Verde e Rosa. Apenas aproveito esse papo para dizer que me perdoem os imparciais, mas nisso de escolas de samba, sou fundamentalista: a Mangueira é sempre a campeã.

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