quinta-feira, 12 de maio de 2011

Poemas da Negra


Antonio Manoel é meu irmão mais velho (só um pouco mais velho). Desses irmãos que a gente escolhe ao longo da vida. Por isso não vou elogiá-lo demasiado nesse blog, vou apenas transcrever um dos poemas de seu livro mais recente, 35 poemas ou um (novos poemas da negra)*. Os leitores perceberão que se trata de um poeta refinado, de palavras gostosas, de uma sensualidade vigorosa. Lá vai:


XXXII

Imóvel na praia extensa
te encontro de repente.
Dormes talvez, de amor deixada.

Meus olhos repousam em teu corpo:
estás como um berço.
Acorda!

Todos os fogos são em mim o fogo,
alertas soam para que despertes.
Apaga em mim os pedidos de socorro,
os gritos de arruaça, os gemidos impuros.
Faz-me esquecer o pavor do tempo
e abre os olhos para que não morra.



(*) Antonio Manoel dos Santos Silva, 35 poemas ou um (novos poemas da negra), Vitrine Literária Editora, São José do Rio Preto, 2011. Para adquirir seu exemplar escreva para: contato@vitrineliteraria.com.br

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