terça-feira, 25 de março de 2014

Minidicionário do Barão de Itararé e de Stanislaw Ponte Preta






O Barão se chamava Apparício Torelly, mas foi como Apporelly que assinou seus escritos antes de virar Barão de Itararé. Já Sérgio Porto só depois de muito escrever é que criou o Stanislaw Ponte Preta. Humoristas têm dessas coisas. Nos dois, aliás, encontramos não apenas humor refinado, mas, o que é quase o mesmo, um senso crítico agudo das mazelas nacionais de fazer inveja. O Barão foi, além de humorista, um inovador  da linguagem jornalística e Stanislaw, além de fazer humor e compor o sensacional Samba do crioulo doido, foi um excelente contista, como se pode ler no livro “As cariocas”.
Enfim, sendo fã de ambos, organizei, para divertimento dos leitores, alguns pensamentos do Barão de Itararé e de Stanislaw Ponte Preta em verbetes.


Barão de Itararé
 
BANCOS. O banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro.
BARULHO. O tambor faz muito barulho, mas é vazio por dentro.
COMPANHIAS. Dizes-me com quem andas e eu te direi se vou contigo.
DATILÓGRAFA. Precisa-se de uma boa datilógrafa. Se for boa mesmo, não precisa ser datilógrafa.
EMPRÉSTIMOS. Quem empresta, adeus.
ESPERANÇAS. De onde menos se espera, daí é que não sai nada.
FÍGADO. O fígado faz muito mal à bebida.
FILHO ÚNICO. Em todas as famílias há sempre um imbecil. É horrível, portanto, a situação do filho único.
FORCA. A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda.
MUNDO. Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.
NEGOCIATA. Negociata é um bom negócio para o qual não fomos convidados.
RELATIVIDADE. Tudo é relativo: o tempo que dura um minuto depende de que lado da porta do banheiro você está.
SABEDORIA. Sábio é o homem que chega a ter consciência da sua ignorância.
SONHO. Nunca desista do seu sonho. Se acabou numa padaria, procure em outra!
TV. A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana.
VIDA. O que se leva desta vida é a vida que a gente leva.
VOTO. O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim, afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato.


Stanislaw Ponte Preta

CAE. Caetano Veloso confunde velocidade com trepidação.
COMPANHIAS. Antes só do que muito acompanhado.
DIAGNÓSTICO. Quando aquele cavalheiro nervoso entrou no hospital dizendo "eu sou coronel, eu sou coronel", o médico tirou o estetoscópio do ouvido e quis saber: "Fora esse, qual o outro mal do qual o senhor se queixa?"
EDUCADORAS. Mulher expondo teoria sobre educação infantil é solteira na certa.
EMPRÉSTIMO. Mulher e livro, emprestou, volta estragado.
ESPERANTO. Esperanto é a língua universal que não se fala em lugar nenhum.
ESPERTEZA. O sol nasce para todos, a sombra pra quem é mais esperto.
FATOS BRASILEIROS. No Brasil as coisas acontecem, mas depois, com um simples desmentido, deixaram de acontecer.
FREUD. O primeiro nome de Freud era Segismundo. Aliás, não só seu primeiro nome como também seu primeiro complexo.
IMBECILIDADE. Ser imbecil é mais fácil.
JUSTIÇA. O mais perigoso é que já estão confundindo justa causa com calça justa.
LATINÓRIO. Pode-se dizer a maior besteira, mas se for dita em latim muitos concordarão.
LÓGICA. Quem diz que futebol não tem lógica ou não entende de futebol ou não sabe o que é lógica.
MACROBIÓTICA. Macrobiótica é um regime alimentar para quem tem 77 anos e quer chegar aos 78.
RECEITA. Quem não tem quiabo não oferece caruru.
TÉDIO. O imbecil não tem tédio.
TERCEIRO SEXO. O terceiro sexo já está quase em segundo.
TV. A televisão é uma máquina de fazer doidos.
UTILIDADE. Mais inútil do que um vice-presidente.





Nenhum comentário:

Postar um comentário