quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Mais cotas e menos juízo, os males do Brasil são.




Terça-feira passada, dia 7, o Senado aprovou a chamada Lei das Cotas. Trata-se não apenas de cotas raciais, mas de reservar 50% das vagas em universidades federais para alunos que cursaram o ensino médio em escolas públicas. Uma parte dessas vagas deverá ser dedicada a negros, pardos e índios, segundo distribuição a ser fixada pelo IBGE. Outra, a alunos com renda familiar igual ou menor a 1,5 salário mínimo per capita.
Decretam tal medida alegando que dão oportunidade aos menos favorecidos para que alcancem a universidade.
As cotas raciais já dão margem a muitas discussões. Essas cotas agora aprovadas produzirão mais confusão, imagino, e servem à demagogia. Colocadas de pé por uma simples canetada legislativa.
Pois a questão é outra, trate-se de cotas raciais ou não.
O grande problema é o seguinte: alguém tem notícia de alguma medida, de algum estudo, de algum plano governamental, de algum projeto do ministério da Educação, que esteja sendo pensado e colocado em prática para a efetiva melhoria do ensino médio público? Alguém tem notícia de como se pensa recuperar as condições de trabalho, a formação e os salários dos professores? O que será feito para que as escolas saiam do estado de abandono em que estão? Que grupo está discutindo, com a sociedade e os educadores, quais as medidas e métodos pedagógicos que serão aplicados para a melhoria do ensino médio?
Não. Nada se faz quanto a isso. Como é fácil e de forte impacto dar uma canetada, o Senado aprova essa nova lei aparentemente benéfica aos desfavorecidos.
É a mesma farsa que rege o bolsa-família. Não há dúvida de que milhares de famílias precisam de ajuda para sobreviver aos seus parcos recursos nos tempos que correm. Mas eu pergunto: o que se faz para que eles tenham melhor formação profissional, oportunidades de trabalho adequadas às diversas regiões do país, e melhor distribuição de renda, o que eliminaria a necessidade de viveram à custa de bolsas e sob o jugo de dirigentes que desejam em troca popularidade imediata e votos nas próximas eleições? Estão apenas ampliando o curral eleitoral.
São as medidas toscas e mal intencionadas do governo brasileiro e de seus parlamentares. Deixa felizes os incautos e os mal intencionados. Faz tanto sentido quanto o arroto de política econômica que Lula e Dilma propalam: consumam. Até quando? Até onde? Consumindo o que? O nível de inadimplência, a questão da energia e da produção, da infraestrutura nacional, já estão anunciando que poderemos chegar a um limite incontornável.
Mas rende votos e índices de popularidade. Então, haja fuzarca. E um índice inegável da fuzarca é que o sujeito tido como Ministro da Educação, Aloizio Mercadante – que não consegue negociar decentemente com os professores universitários – optou por não comentar nada sobre a lei das cotas agora aprovada. O tipo, responsável pela educação nacional, não tem nada a dizer.
Claro, os reitores ficaram descontentes e a Dilma ficou satisfeita.
É o Brasil.



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