sexta-feira, 19 de abril de 2013

QUINTANA, POETA MÁRIO, POEMÁRIO





Para dar um refresco no final de semana, lembremos de Mário Quintana, que, segundo consta, até hoje, em madrugadas perdidas, anda pelas ruas de Porto Alegre a procura de mais um verso, um poema, um sapato florido.



Sempre

Sou o dono dos tesouros perdidos no fundo do mar.
Só o que está perdido é nosso para sempre.
Nós só amamos os amigos mortos.
E só as amadas mortas amam eternamente.


PÁSSAROS

As mãos que dizem adeus são pássaros
Que vão morrendo lentamente...


TRISTE MASTIGAÇÃO

As reflexões dos velhos são amargas como azeitonas.


TRISTEZA DE ESCREVER

Cada palavra é uma borboleta morta espetada na página.
Por isso a palavra escrita é sempre triste...


DOGMA E RITUAL

Os dogmas assustam como trovões
E que medo de errar a sequência dos ritos!
Em compensação,
Deus é mais simples do que as religiões.


OUTRO RETRATO

Ela era branca branca branca
Dessa brancura que não se usa mais...
Mas tinha a alma furta-cor.





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