Para
dar um refresco no final de semana, lembremos de Mário Quintana, que, segundo
consta, até hoje, em madrugadas perdidas, anda pelas ruas de Porto Alegre a
procura de mais um verso, um poema, um sapato florido.
Sempre
Sou
o dono dos tesouros perdidos no fundo do mar.
Só
o que está perdido é nosso para sempre.
Nós
só amamos os amigos mortos.
E
só as amadas mortas amam eternamente.
PÁSSAROS
As
mãos que dizem adeus são pássaros
Que
vão morrendo lentamente...
TRISTE
MASTIGAÇÃO
As
reflexões dos velhos são amargas como azeitonas.
TRISTEZA
DE ESCREVER
Cada
palavra é uma borboleta morta espetada na página.
Por
isso a palavra escrita é sempre triste...
DOGMA
E RITUAL
Os
dogmas assustam como trovões
E
que medo de errar a sequência dos ritos!
Em
compensação,
Deus
é mais simples do que as religiões.
OUTRO
RETRATO
Ela
era branca branca branca
Dessa
brancura que não se usa mais...
Mas
tinha a alma furta-cor.
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