segunda-feira, 4 de maio de 2015

PT versus PSDB ou vice versa: a delinquencia política






Há uma frase emblemática que vale para todos os tempos e para todos os partidos desse triste país tropical. Holanda Cavalcanti formulou com perfeição, na época do Império: “Nada há mais parecido com um saquarema do que um luzia no poder”. Ele se referia aos dois partidos que se alternaram no poder durante o Segundo Reinado.
Hoje isso poderia ser atualizado da seguinte maneira: “nada mais parecido com um tucano do que um petista no poder” ou “nada mais parecido com um petista do que um tucano no poder”.
Mas agora o rapaz, Beto Richa, que governa o Paraná quis inovar: foi além das medidas. O ataque orquestrado contra os professores é de uma crueldade absurda. Primeiro porque são cidadãos que estão lutando pelos seus direitos. Segundo por serem professores, que deveriam receber outro tipo de tratamento de um governo que não fosse obstinadamente obtuso. Mas uma coisa é mais notável: a incompetência e a incapacidade do governador em dialogar, negociar, ouvir, conciliar, propor alternativas. Enfim, de governar democraticamente.
Eis o vírus que contamina os governantes no Brasil.
Dilma, por exemplo, enfiou medidas draconianas goela abaixo da nação (para espanto dos dois partidos, PT e PSDB, e de todo o país) a partir do dia seguinte a sua posse. Mentiu ao longo de toda a campanha eleitoral, fantasiando em torno de um país onde não havia inflação, desemprego, problemas de dívidas etc. etc.
Frente ao caos que se instalou, anda escondida em pequenos eventos com públicos amestrados e não se arrisca a colocar os pés na rua. Além disso, não manda em nada. O ministro da Fazenda é o grande timoneiro do momento e os presidentes da Câmara e do Senado dirigem os rumos da nação, enquanto a Polícia Federal e o Ministério Público fazem seu papel em busca de corruptos, o que está além dos poderes do executivo.
Até mesmo do pronunciamento – normalmente chato e rasteiramente populista – do dia 1º. de maio, ela decidiu abrir mão. Não fez nenhum pronunciamento à Nação, que é o que se espera de estadistas em momentos de crises como o atual. Não saudou trabalhadores. Colocou vídeos na Internet, inócuos, o que é recurso ao alcance de qualquer sujeito que tenha um computador.
Richa desgovernou o Paraná, as finanças afundam e lança mão de um truque financeiro para se apossar de recursos que não deveriam estar ao seu alcance. Mas precisa sair do buraco que criou com a colaboração de outros antes dele.
Dilma foi apresentada ao país como durona, mandona e gerentona. Mostrou não ser nada disso: amarelou, se esconde, não manda em nada e se revelou uma gerente catastrófica, vide Petrobrás, que esteve em suas mãos por vários anos. Seu mentor não sabia de nada a respeito do mensalão; ela não sabia de nada a respeito do escândalo na maior empresa brasileira que dirigiu.
Em todos os casos, com esses representantes dos dois partidos que polarizam todas as polêmicas políticas nós estamos realmente muito mal. E ainda temos que ouvir os xingamentos grosseiros que ingênuos de ambos os lados trocam via internet, atitudes dignas das piores torcidas organizadas de futebol.
Que tal estudar um pouco, refletir, e trocar argumentos racionais ao invés de coices?

Entre saquaremas e luzias não há escolha: são gatos do mesmo saco.

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