sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Aos corruptos, a porta da rua. Lição que vem do Paraguai.



No dia 21 /11, jovens paraguaios protestam contra proteção a corruptos.


Um dos personagens é um senador do Paraguai, do Partido Colorado. Chama-se Óscar Gonzales Daher. Ele entrou no restaurante Bolsi acompanhado de uma mulher. Os dois ocuparam uma das mesas do restaurante, mas não foram atendidos. Um garçom se aproximou e comunicou que eles não eram bem vindos, pois naquele ambiente não eram bem vindos políticos que estivessem pretendendo acobertar corruptos.
E o garçom pediu que se retirassem.
Diante disso, e abaixo de vaias dos frequentadores e gritos de “fuera de acá, ladrón”, os dois tiveram que se retirar.
Vejam que bela lição nos vem do Paraguai e como a onda (mundial) de intolerância com corruptos e corruptores, vem crescendo em todos os lugares. Nas ruas, os jovens paraguaios estão desfilando com cartazes que dizem:
“Si no hay justicia para el pueblo que no haya paz para el gobierno.”
Que maravilha de lema. Perfeito. Que os manifestantes brasileiros usem mais essa arma. Seja nos aeroportos, nas ruas, nas lojas, nos restaurantes, nos shoppings, em prédio públicos, deixem claro – sem quebrar uma só vidraça – que esses tipos não são bem vindos. Que saiam. Já estouraram com os limites da paciência da população.
Por outro lado, uma paraguaia que quase foi miss e é conhecida como a “babá de ouro” de Bogado, recebe, por serviços ignorados e não sabidos, o equivalente a R$ 2,5 ou R$ 4 mil reais. Os senadores manobram e esbravejam que são inocentes e vítimas de perseguição política. Já vimos esse filme antes. Aliás, continuamos vendo.
Hoje, 29 de novembro de 2013, o jornal ABC Color, deu como manchete: “El momento de desafuero de Víctor Bogado” seguido do texto: “La Cámara de Senadores desaforó ayer jueves a uno de sus integrantes, el colorado Victor Bogado, para que sea investigado por la millonaria doble remuneración de Gabriela Quintana, la niñera de oro.”  Ou seja, está aberto o caminho para que sejam feitas investigações sobre a corrupção havida e para o possível impeachment.
Há duas semanas, no entanto, os senadores haviam votado pela não aceitação da licença para a investigação de Bogado. O que fez com que a ira popular subisse o tom e gerasse essa situação inusitada e eficaz: bares, restaurantes, cinemas, proibiram a entrada de senadores que protegem casos de nepotismo. O mesmo acontece em postos de gasolina e de comércio.
"Não se trata só do repúdio a um caso concreto de corrupção, mas à percepção que os políticos podem delinquir com total impunidade", declarou María Cristina Dulce, gerente do restaurante Lido, que tem 60 anos de história e fica a poucos metros do Congresso.
Num país - tal como o Brasil, aliás – onde as hordas políticas sempre levaram a população em cabresto curto, eis uma boa forma de lutar contra os descalabros com a tal “coisa pública”, que deveria receber desses tipos todos os cuidados e não a cobiça de aves de rapina. E o segredo é apenas esse: deixar claro que chega. Expor essa gente à execração pública.
“Fuera de acá, ladrón!”





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