Entre as doze vítimas do atentado, estão os desenhistas Charb (47 anos), Tignous (58 anos) et Wolinski (80 anos). |
Ao menos dois homens armados com automáticas atacaram a sede do
jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris. Entre as doze vítimas, os desenhistas
Charb, Cabu, Wolinski e Tignous, além de dois policiais – fala-se também que o
economista Bernard Maris, que fazia parte da equipe do jornal, teria sido
morto. Considera-se que seria o ataque mais violento realizado na França desde
aquele do boulevard du Temple, em 1835,diz o jornal Le Monde.
Testemunhas teriam ouvido os assassinos gritarem “vingamos o
profeta”.
O jornal Charlie Hebdo publicou há três anos uma caricatura de Maomé
com uma bomba no turbante, o que teria desencadeado uma onda de protestos por
parte de islamitas fanáticos, que juraram vingança. Ela veio agora, da forma
mais brutal, assassina, desrespeitando todos os princípios segundo os quais
buscamos apoiar uma sociedade mais justa e democrática. Desrespeitam as leis,
as vidas humanas, a liberdade de opinião e de expressão, as fronteiras internacionais,
o direito de pensar, de agir, de defender qualquer coisa que não seja um
interpretação estupida da religião Islâmica, na verdade um pretexto, pois todos
os líderes mundiais dessa religião são contra tais atentados sangrentos. São
simples assassinos fanáticos, criaturas embrutecidas por convicções primitivas,
por interpretações absolutamente equivocadas do que sejam religiões, crenças e
convicções religiosas.
A verdade é que essa questão, desde que proibiram o livro de Salmon Rushdie, Versos Satânicos, o estopim para desatinos dessa ordem estavam fixados. Fanáticos anunciaram matariam Rushdie em qualquer parte do mundo que estivesse, o que demonstra que não respeitam países, fronteiras, leis,
autodeterminação, nada.
Não são grupos religiosos. São assassinos. Não são defensores de
qualquer deus, mas criaturas enlouquecidas e messiânicas que precisam expressar
o ódio que existe em suas cabeças enlouquecidas.
É preciso que urgentemente todos os países democráticos do mundo
se unam para acabar com a ação desses criminosos. É preciso inclusive que os
líderes muçulmanos de todos os países onde vivem e são respeitados em
sua fé religiosa, se unam para dar um basta a essa estupidez. Não há como se omitir.
Não é por acaso que a vítima foi um jornal. Não é por acaso que
fosse um jornal de humor. Fanáticos delirantes não suportam humor, não têm humor,
não têm inteligências livres para saber rir, não têm auto-crítica, não
respeitam quem pensa de um modo diferente, seja por que motivo for.
Matar Wolinski – para focalizarmos uma só das vítimas, mas vale para todas – é desconhecer
tudo que se pode considerar civilização, cultura, arte, espírito crítico,
democracia.
Se as ações não forem decisivas contra esses fanáticos e contra
países ou grupos que de alguma forma os apoiam, corremos o risco de ver tudo
que Wolinski representava explodir mais cedo ou mais tarde.
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