Um poema de Shakespeare.
Na tradução exemplar de
Carlos Vogt, poeta, linguista e professor da Unicamp.
SONETO 76
Por que
ao meu verso falta novidade
Orgulho
jovem, variação, mudança?
Por que
não deixo acompanhar-me a idade
Dos novos
métodos que a moda lança?
Por que
escrevo apenas sempre o mesmo
E escondo
o achado em hábitos banais,
Tanto que
as palavras quase nunca a esmo
Mostram
meu nome e a mim como seus pais?
Ó doce
amor, é de você que escrevo,
Você e o
amor, meu único argumento;
Vestir no
velho o novo, este o meu desejo,
Usando
tudo o que me lega o tempo...
Como o
sol cada dia é novo e tardo
Assim meu
amor só conta o que é contado.
Para quem quiser e tiver condições de saborear o soneto de Shakespeare no original, vai aqui um link muito interessante:
ResponderExcluirhttp://www.shakespeare-online.com/sonnets/76.html